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Ação policial em favela: mortes de civis e milhares sem aula e saúde. Foto: Fernando Frazão/Agência BrasilAção policial em favela: mortes de civis e milhares sem aula e saúde. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Operação policial antecede julgamentos por mortes de civis

Operação resulta em mortes, milhares sem aula e saúde pública em favelas no Rio enquanto familiares de vítimas pedem justiça.

(Rio de Janeiro, brpress) – Pelo menos dez favelas do Rio de Janeiro amanheceram sob intensos tiroteios nesta terça-feira (27/02) com pelo menos nove mortes de civis. Apesar da ação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) para controlar intervenções das forças de segurança nestes territórios, uma operação policial acontecia nos complexos do Alemão, da Penha, da Maré, além de Cidade de Deus, Flexal, Juramento, entre outras.

Mais de 20 mil alunos ficaram sem aulas, já que as escolas fecham devido à violência. Cerca de 15 linhas de ônibus foram interrompidas por (in)segurança e unidades de saúde pública não funcionaram. Aterrorizados pelos tiroteios, muitos moradores não foram trabalhar e não saíram de casa.

“Mandei mensagem para meu chefe; não tem como sair agora, muito tiro”, disse um trabalhador, nas redes sociais – repletas de vídeos que mostram uma zona de guerra.

Letalidade policial

A polícia responde por 35,4% da letalidade na região metropolitana do Rio de Janeiro, de acordo com números apontados nos últimos três anos – período em que a produção do documentário Agora Eu Quero Gritar (Right Now I Want to Scream, Brasil/Reino Unido, 2020), sobre violência de estado nas favelas do Rio, mantém suas redes sociais e um canal online divulgando informações atualizadas sobre o assunto.

Há menos de uma semana do julgamento do policial que, há dez anos, matou com um tiro pelas costas, Johnatha Oliveira, filho de Ana Paula Oliveira, integrante da rede de familiares de vítimas de violência institucional Mães de Manguinhos. O policial responde pelo crime em liberdade. “Esperamos justiça no dia 5 de março”, diz Ana Paula, que contou em Agora Eu Quero Gritar, como transformou o luto em luta.

Busca de justiça

Ana Paula é uma entre centenas de familiares de vítimas que se uniram em movimentos sociais que pedem mudanças na forma como os casos de violência policial são apurados no Rio de Janeiro.

A plataforma de Direitos Humanos Dhesca Brasil, com apoio das organizações filiadas ao Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e da Justiça Global pede a punição de policiais, o fortalecimento dos inquéritos, a realização de perícias no local, entre outros itens básicos de investigação de mortes de civis em operações policiais..

Para Luciana Nogueira, “a justiça ainda não foi feita”. Há cinco anos, ela, o marido, Evaldo Rosa, o filho do casal e o pai estavam indo de carro a um chá de bebê, em Guadalupe, no Rio. quando foram alvejados por nove tiros de fuzil por oficiais do Exército, que faziam policiamento durante uma intervenção federal no RJ sob Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em 2019.

257 tiros de fuzil

Os militares dispararam 257 tiros de fuzil contra o carro, atingido por 62 projéteis, matando Evaldo e ferindo o pai de Luciana, que sobreviveu. Ela e o filho, então com 8 anos, saíram do carro e se esconderam. O catador de recicláveis, Luciano Macedo, tentou abrir a porta do carro para ajudar Evaldo e o pai, mas também foi atingido e morreu no hospital.

Embora tenham sido condenados em 2021, em primeira instância, pela Justiça Militar, os oito agentes aguardam em liberdade o julgamento do recurso ao Superior Tribunal Militar (STM), marcado para esta quinta-feira (29/02).

O advogado de defesa dos militares é Rodrigo Roca, que tem entre seus clientes generais acusados de tortura durante a ditadura e também Flávio Bolsonaro (PL), alega que os oficiais agiram em “legítima defesa”.

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